Espuleta: “Eu amo esse trabalho e faço tudo com muito prazer”

Para começar a nossa conversa, conte-me como surgiu a ideia de trabalhar com conteúdo adulto e quais foram os caminhos que te levaram até onde está?

Bom, tudo começou quando perdi meu emprego e estava sem nenhuma renda dentro de casa. Minha mãe é mãe solteira e perdeu o emprego um pouco antes da pandemia, eu sempre ajudava nas despesas de casa.

Era eu, minha irmã, minha filha e minha mãe, onde somente eu estava empregada na época, trabalhava como professora de educação especial em Campinas a cerca de 8 anos no ramo e estava estabilizada.

Aquele ano era o auge da minha carreira, estava com uma turma com mais de 50 alunos, era corrido, mas era incrível, eu amava, minha história com a educação foi uma coisa linda, mas deixo para contar em outra oportunidade.

Logo entrou a pandemia então aconteceu o que já sabemos, perdi meu emprego, minhas crianças foram dispensadas das aulas, a escola fechou por falta de verba do governo que redirecionou para a saúde, sendo assim milhares de pessoas foram para as ruas e eu estava entre elas.

Cheguei em casa sem poder dizer o que aconteceu porque estava tendo crise de ansiedade frequentemente em pensar como iria sustentar aquela mulherada toda em casa.

Entrei no meu quarto e chorei por algumas horas, fui tomar banho e estudar a internet que eu sempre soube que era uma fonte enorme de oportunidades, fiquei o restante do dia vendo vídeos e procurando maneiras de ganhar dinheiro rápido e fácil na internet, típico desespero de qualquer pessoa.

Comecei a ver muitas meninas fazendo lives e vendendo seus nudes na internet, então resolvi tentar. Comecei pelo famoso Biggo live, peguei o jeito do app mas levei ban muito rápido porque eu era muito “atirada”, mas em contra partida eu batia minha meta em dois dias, o que era incrível, aí mudei de app e assim fui quicando de um app pro outro ficando no máximo um ou dois meses, fazia a grana e mudava de app, aí comecei a perceber o motivo pelo qual eu era banida então achei o câmera privê, comecei a assistir as meninas, abri minha live e em uma hora sem mostrar o rosto eu fiz 200 reais, na primeira semana trabalhando igual uma louca tirei mais de mil reais.

Fui fazer a primeira compra depois de meses comendo ovo, pipoca, bebendo água e afins, eu passei meu cartão no caixa chorando horrores, de máscara descartável, ainda bem que eu tava de máscara porque ninguém merece ver aquela cena, limpei minha cara e fui buscar minha filha no pai dela. No banco da frente os danones que ela mais gostava, yakult, bisnaguinha, frango , nutella que ela ama, e no banco de trás cheio de comida pra mais de um mês, minha cozinha nunca estiveram tão cheia, nem quando meu pai morava lá.

Fiquei toda orgulhosa de mim, minha mãe me recebeu, e assustada perguntou:

– Tá vendendo droga menina??

– Não mãe, aquilo que eu estudei deu certo. Não duvide mais de mim.

Foi o dia mais gostoso que tínhamos em anos, nós todas reunidas na cozinha guardando a comida e pensando no que fazer de jantar e rindo muito porque a gente tinha diversidade para escolher.

Depois disso eu comecei e ver meu fluxo de clientes na câmera e criei uma carga horária pra eu trabalhar, fazia ela supertranquila, todo dia eu tinha dinheiro na conta.

Foi assim que decidi que isso seria meu trabalho e dali pra frente ninguém ia falar o contrário.

Há quanto tempo você trabalha com conteúdo adulto?

Estou há 3 anos no ramo.