- Nome: Letícia
- Idade: 38 anos
- Cidade: Sou gaúcha, mas moro em São Paulo
- Twitter: @letsgo_rock
- Instagram: @lets.go.crazy

Letícia representa uma alma que carrega uma poderosa história e monumentais emoções. Sua essência é libertar-se das amarras e assumir que veio para compartilhar sua genialidade sensual.
Batemos um papo gostoso sobre como encara sua visão de modelo e o que mudou internamente em seu ser.
Letícia


Para começar a nossa conversa, conte-me como surgiu a ideia de ser modelo e quais foram os caminhos que te levaram até onde está?
Foi meio natural. Nunca tive essa ideia propriamente; comecei a fazer ensaios sensuais para mim mesma, para recuperar a autoestima que perdi quando tive câncer de mama e perdi um seio.
Assim que fiz a reconstrução, quase 5 anos depois, decidi passar a me ver com o carinho que não tive por mim a vida inteira, e isso me levou a fotografar. Com os elogios da família e dos amigos, decidi tentar o sonho de entrar em um site, mesmo tendo “mais idade”, e tem dado certo, embora apenas como hobby por enquanto.
O que mudou na sua vida desde que assumiu esse trabalho?
Embora eu seja extremamente séria e responsável com isso, não encaro como um trabalho completamente porque não tenho renda proveniente de modelar. Eu ainda pago pelos meus ensaios! Hahahahaha… Quando eu chegar ao ponto de fazer parceria para divulgação de marcas, já estarei muito feliz.
O que mudou foi que eu precisei separar minha vida pessoal e profissional “regular”, pois eu tenho uma carreira que paga minhas contas, família etc., dessa vida “lado b”, que não pode se misturar.
Sendo assim, tenho dois perfis de Instagram, por exemplo, minhas redes são fechadas e eu sou muito seletiva no aceite do acesso… Sei que isso irá impactar meu engajamento e divulgação, mas não posso deixar que o fato de eu modelar atrapalhe meu “ganha pão”.

Sobre criação e publicação de fotos nas redes sociais. Como é o seu processo criativo para bolar os seus conteúdos? Você se inspira em alguém, pesquisa algum tema ou recebe sugestões dos seus seguidores?
Eu salvo muitas fotos, especialmente no Instagram, de diversas modelos, para me inspirar. Quando eu vou fazer ensaios, mostro para a fotógrafa antes algumas das fotos que eu mais gostei para sugerir algumas poses, mas eu uso mais para me inspirar no clima mesmo.
Não sou uma pessoa de caras e bocas, sou muito espontânea, então preciso de alguém que me dirija bem, que fale comigo e provoque realmente aquelas expressões em mim, ou não vai sair bem. Eu não gosto de conteúdo caseiro porque não sou boa fotógrafa e não faço nada explícito; como eu disse, gosto de modelar, então fico apenas no sensual, artístico, casual, ou até nas selfies diárias, essas eu me permito.
Ser modelo e compartilhar sua forma natural mexe com você? Que tipo de sensação o trabalho provoca na sua essência como pessoa?
Eu gosto muito. Desde que decidi ser mais gentil comigo mesma e me fotografar mais, independentemente de ser ensaios sensuais ou apenas selfies, isso mudou muito a maneira de me enxergar.
Antes não postava fotos minhas em nenhuma rede, era aquela pessoa que só compartilhava memes e músicas, sabe? Hoje não, hoje posto fotos sem filtro, porque não me reconheço com eles, ou ensaios com o mínimo de tarja e tratamento possível, porque não tenho vergonha nenhuma de mim.

Na sua concepção, o que é ser sensual? Como que você lida com a sua sensualidade?
Para mim, ser sensual tem muito mais a ver com estar bem dentro do seu próprio corpo e saber explorar o que ele tem de melhor do que fazer poses e caras e bocas. É estar feliz e satisfeita, dona de si, ter prazer em ser a gente mesma e conseguir transmitir isso, seja como for.
Eu nem sempre lido muito bem, porque não espero que em determinados ambientes isso transpareça, mas acontece muito. Especialmente ambientes de trabalho. Por exemplo, alguém passar uma cantada num bar é perfeitamente compreensível, a gente pode aceitar ou recusar, e segue o baile. Só que num ambiente de trabalho isso não deveria acontecer, e eu acabo não sabendo lidar quando vem de colegas, chefes ou clientes. Fico me sentindo suja, ofendida, culpada, mesmo eu sendo o tipo de pessoa que se veste muito bem, e adequada ao ambiente.
Qual é a razão dos seus suspiros?
Suspiros sensuais? Hmmmmm… Gosto de melanina… hahahahahahahaha… pessoas morenas… Nada contra pessoas claras, loiras ruivas, adoro também, mas confesso que tenho um fraco por uma pele mais bronzeada, queimada, negra…

Dentro dos seus ensaios você procura se mostrar de uma maneira mais artística, ou segue uma forma mais espontânea, deixando fluir naturalmente?
Como eu comentei, eu não sou experiente e sou muito espontânea, então preciso de alguém que me dirija. Eu sozinha sou zero criativa, não sei deixar fluir sem alguém pra me conduzir. Mas gosto da linha mais artística, só que precisa chegar nesse resultado de forma natural; se for muito forçado, não vai, fica ruim.
Seus ensaios podem ser considerados uma forma de expressão artística?
Com toda certeza! Até porque, por opção minha, determinadas partes do meu corpo não irão aparecer, assim como alguns ângulos que eu não julgo artísticos a meu ver, e outras apenas de relance, enquanto ficar bonito esteticamente.

Família, amizades e relacionamentos amorosos, como que é a relação deles com o seu trabalho?
Minha mãe é minha maior fã. Com certeza, mas também uma das maiores críticas, pois ela foi a primeira a apontar que eu deveria saber separar a vida de modelo do trabalho convencional. Meu companheiro me apoia demais, tanto que me ajuda a escolher as fotos de todos os ensaios, e inclusive defende para qualquer pessoa a ideia de que as mulheres possam fazer ensaios sensuais se quiserem e que isso não muda quem elas são.
Meu pai faz vista grossa, ele não apoia, não aprecia, mas aceita porque não tem escolha. Meu filho aprendeu que isso é bonito, é arte, e me apoia, assim como o pai e a madrasta dele. Meu irmão só aplaude.
Pra mim, essa é a família que interessa saber. Amigos eu já dei uma filtrada: os que apoiam continuam seguindo o perfil; os que tem a cabeça mais resistente, foram gentilmente migrados para o perfil “família”, onde só tem fotos de gatinhos e família mesmo. Não falo mais sobre o assunto e não levanto bandeiras, cada um sabe da sua vida desde que não atrapalhem a minha.
Já sofreu algum tipo de preconceito por conta de suas fotos?
Explícito não, mas acredito que velado sim. Ninguém veio na minha cara falar que não gostou de me ver seminua ou nua, mas sempre rola aquele telefone sem fio que vem parar em mim dizendo que “ainda bem que ela parou, né” quando eu tirei a pessoa do perfil de modelo. Aí a gente percebe que na realidade a pessoa não curtia…

Você acredita que em pleno século XXI, com a expansão da comunicação, redes sociais e as plataformas de relacionamento, expor a sensualidade e as formas naturais do corpo ainda é um tabu na cabeça do brasileiro?
Com toda certeza, infelizmente. Mesmo antes de eu entrar pro Skull Queens, eu já estava postando minhas fotos no Instagram e algumas amigas vieram me abordar dizendo que morriam de vontade de fotografar também, mas que não faziam, porque tinham medo da repercussão.
Sempre era questão de parceiros, família, trabalho… E nunca elas pensavam nelas mesmas. Vários amigos/as do meu companheiro já vieram questioná-lo sobre as minhas fotos, e ele sempre fala a mesma coisa, que o corpo é meu e que ele não tem o direito de me cercear, que não existe motivos para querer interferir.
Trabalhar e lidar com as pessoas não é tarefa fácil em nenhuma profissão. Você geralmente tem jogo de cintura para lidar com gente “desagradável”? Qual o tipo de atitude que você toma quando uma pessoa está começando a se tornar inconveniente?
Não, não tenho muito. Como é internet, eu bloqueio e denuncio. Mas se é ao vivo, eu perco a linha e acabo sendo mais agressiva verbalmente, não sei lidar muito bem.

Ligado a pergunta anterior, o contato e a exposição pessoal podem se tornar estafante? Como que você lida com o estresse e a ansiedade? Faz algum tipo de terapia ou alguma outra atividade para relaxar?
Hoje meu principal remédio contra o stress são meus gatos e meu filho, que me relaxam. Mas tomo meus remedinhos prescritos, faço acompanhamento (não exatamente terapia) e pilates. Gostaria muito de fazer alguma outra atividade, mas o orçamento não comporta neste momento. A exposição ainda não se tornou estafante, mas a minha vida profissional regular já é estressante o suficiente.
Você enfrenta ou já enfrentou dilemas na sua vida? Se já enfrentou ou enfrenta, como é que você lida com isso?
Sim, e foram tantos que daria um livro, não vou nem entrar no mérito. Eu normalmente me sento, reflito, peso prós e contras e tomo decisões bastante racionais, porque eu sou muito racional. Foram pouquíssimas vezes em que a decisão foi tão difícil que eu precisei de ajuda, e nesses casos eu apelei para a terapia.


Qual é sua ligação com seus seguidores? Eles são atenciosos?
Em geral, ligação nenhuma. Eu converso com todo mundo que conversar comigo, sou simpática, solícita, respondo, troco ideia numa boa. Mas como não tenho o objetivo de crescer a conta indiscriminadamente apenas para ter engajamento, eu acabo selecionando muito quem vou aceitar.
Essas pessoas em geral são mais ocupadas, porque são profissionais, e quase não falam comigo. Os poucos que falam, são muito respeitosos, supersimpáticos, e bem inteligentes, pessoas que têm interesses em comum comigo.
O que você não tolera presenciar trabalhando nesse meio?
Homens que saem enviando fotos não solicitadas, por exemplo, é a queixa campeã. Mas agora tem a 2ª mais comum, que são os insistentes, que ficam pedindo alguma coisa e não aceitam “não” como resposta, seja foto, videochamada, envio de calcinha, ficar conversando o dia todo, mandar áudio, o que for.
Eles desconsideram que temos vida e que podemos querer fazer outras coisas e que podemos não querer atendê-los, mesmo eles estando dispostos a pagar.

Existem pessoas que te inspiram para você fazer o seu trabalho?
Sim, várias. Eu comecei me inspirando em algumas brasileiras que são Suicide Girls, como a Thimeow, a Sirena, a Harumi, a Hilo, a Thaiz, a Naomi, a Thay, a Jacque, a Gaby e várias outras, mas essas eram as minhas favoritas quando comecei a fotografar. E também algumas modelos que não eram do site, como a Carol Balbi, a Maia Muller, a Bruna Volpatto e a Isa Tavares, com quem eu falo toda semana.
Você consegue ter um momento que é só seu? O que gosta de fazer nas horas vagas?
Eu tenho um filho de 9 anos em guarda dividida, eu gosto de falar. Porque é dividida de verdade, semanas completas alternadas entre a casa do pai e a minha. Então na semana em que ele está aqui, todos os momentos de lazer são voltados para ele participar, ou seja, filmes mais suaves, muito anime, jogos, videogame etc. Quando ele não está, rola tudo isso e mais um pouquinho de cerveja, barzinho, uns filmes mais pesados…


Uma música que transpira tesão em sua vida?
Podem me julgar, mas é Tourniquet, do Marilyn Manson. É, eu sei, tem todas aquelas paradas lá sobre ele, etc. Mas eu estou falando que gosto da música, não dele.
Para as pessoas que desejam ser modelo, há alguma dica que você gostaria de compartilhar com eles(as)?
Sim! Vão em frente e realizem seus sonhos. Ninguém pode dizer que vocês não conseguem. Para mim, bastou eu conversar muito com 3 pessoas que me disseram e mostraram que a minha idade não era impeditiva (como eu achava) para começar a modelar, que eu decidi ir em frente.
Não vivo disso hoje por opção minha, mas sei que poderia se abrisse outras plataformas de conteúdo mais explícito, eu teria público e faria dinheiro. Não se limitem pelas suas dúvidas: conversem com modelos que tenham o seu perfil e vejam que se elas conseguiram, vocês também conseguem!

Chegou a hora! Abra seu coração e deixe um recado para nossos leitores e seus fãs.
Muito obrigada a todos que leram até aqui. Espero que tenham gostado e que meu trabalho chegue até vocês de uma forma bonita e que vocês apreciem! Um grande abraço a todos e não desistam dos seus sonhos!
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Rafael Tanaka
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