- Nome: Gabriel Pila (gabespec)
- Idade: 24
- Cidade: São Paulo
- Twitter: @Gabespec
- Instagram: @gabespec
- Tik Tok: gabe_spec2
Gabe Spec carrega um poder estrondoso em seu ser, mas não se engane porque sua essência é repleta de carisma e bom humor. Repleto em fantasias, ele adora explorar com euforia curiosos e elaborados fetiches.
Com um apurada boa simpatia, batemos um papo sobre como é seu caminho como acompanhante e as novidades que abraçou na produção de conteúdo adulto.
Gabe Spec
Para começar nossa conversa, conte um pouco sobre você para aqueles que não a conhecem.
Me chamo Gabriel Matheus, mais conhecido na Internet e no mundo adulto como “gabespec”, e tenho 24 anos. Sou Acompanhante, Doutrinador e Fetichista na área profissional, Produtor de conteúdo na Internet (TikTok e Instagram principalmente), fisiculturista por amor, e recentemente entrei para área de conteúdos adultos, produzindo para as minhas plataformas privadas (Privacy e Onlyfans).
Trabalho como acompanhante há quase 5 anos, e este ano recebi a honra de ser embaixador do Fatal Model, que é, hoje, a maior plataforma de anúncios para acompanhantes do país. Lutando diariamente pela dignificação da profissão, dando voz e visibilidade aos profissionais do sexo.
Já tinha em mente que queria trabalhar como acompanhante ou simplesmente aconteceu?
Simplesmente aconteceu, não era algo que fazia parte dos meus planos. Acontece que tomei a decisão de sair da casa de meus pais em razão de certos problemas pessoais que eu estava enfrentando na época, por conta disso, resolvi ingressar no meio, nunca imaginei à proporção que teria no futuro.
Todavia é importante eu frisar que foi por pura escolha minha, nesse tempo, foram algumas idas e vindas da profissão, alternando com outros trabalhos que eu fazia na época. Atualmente faz 2 anos que trabalho de maneira constante.
Poderia nos contar como foi o seu primeiro atendimento? Estava nervoso ou tirou de letra?
Não só meu primeiro, mas também todos os atendimentos iniciais que realizei foram extremamente difíceis, pensem bem, não é nada fácil simplesmente tocar e ter relações íntimas com alguém cujo qual gênero não corresponde com o de sua atração, então definitivamente foi um choque.
Era um cara que havia me chamado pelo meu anúncio, que na época nem foto tinha direito, cobrei dele setenta reais para que ele realizasse um sexo oral em mim, era seu desejo e assim foi. Não tive uma boa ereção, pela minha ansiedade e por conta do turbilhão de coisas e sentimentos que aquela primeira experiência estava me trazendo, foi definitivamente estranho e confuso para mim.
Família e relacionamentos. Você pode falar um pouco sobre isso?
É sempre delicado falar sobre família e relacionamentos, não é algo simples carregar o rótulo de garoto de programa e todos os tabus e preconceitos que traz consigo.
Em relação a família, entendo que não é fácil aceitar um filho ou filha sendo acompanhante, uma vez que a profissão é cercada de estereótipos ruins e incabíveis, mas contrapartida faz-se essencial que ela entenda que é uma profissão como qualquer outra, e que não dita, de forma alguma, o caráter de quem decidiu seguir na Profissão.
Relacionamento é mais complicado, pois sempre será um certo desafio para o(a) parceiro(a) administrar uma relação da qual a outra pessoa trabalha como profissional do sexo. Mas havendo acordo, sinceridade e responsabilidade afetiva de ambas as partes, é totalmente possível ter um relacionamento estável e saudável, assim como eu mesmo tenho o privilégio de ter atualmente, uma mulher excepcional e amiga, que não só entende meu trabalho como também dá apoio aos meus projetos, e a recíproca é verdadeira também de minha parte.
Sobre as fantasias. Algum cliente já te pediu para satisfazer alguma fantasia sexual que realmente você gostou muito em realizar? E teve uma que foi a pior e por quê?
Sempre vai haver aquelas ocasiões excepcionais que nos deparamos, que nos faz enxergar a beleza e a complexidade do ser humano e seus desejos. Houve uma experiência recente que foi um verdadeiro privilégio realizar. Um homem me contratou pela segunda vez com o intuito de eu ficar com sua parceira na frente dele, uma vez que ele é um cuckold (sente prazer em ser “corno”).
O que aconteceu foi que, no meio do sexo, enquanto eu ficava com ela, ele simplesmente puxou uma caixinha com alianças. e oficializou o relacionamento! Pedindo depois para que eu, o “outro cara”, que estava ficando com a mulher dele, batizasse as alianças com a minha ejaculação, eu achei simplesmente incrível a maturidade do casal em mergulharem juntos em seus desejos e fantasias.
Uma fantasia que me sobrecarregou muito foi a de ballbusting, que consiste em dar pancadas nos testículos do homem que se coloca como submisso, todavia era meu início no Fetichismo, e fazer isso logo de cara foi algo que me chocou um pouco na época. Hoje em dia tenho vivência e experiência para administrar sessões de fetichismo sem quaisquer dificuldades.
Você, como homem, já foi chamado para realizar fantasias de pessoas que queria explorar sua sexualidade?
Com certeza, na lista de fantasias que realizo, sem dúvidas a mais pedida é a Dominação, muitos clientes gostam de explorar em mim o estereótipo de “cara mau”, adoram os artifícios que utilizo dentro do BDSM para realizar essas sessões, colocando meus clientes como Submissos.
E enquanto suas fantasias, já teve a oportunidade de realizar todas? Tem alguma faltando que queira compartilhar conosco?
Olha, devo admitir que a pergunta é bem ousada! “hahaha”, mas não tenho problema em admitir uma delas, que é a vontade mirabolante de transar em um local público muito específico, mas mantenho em segredo qual seria esse local. Já as outras fantasias vamos deixar um suspense no ar.
Acredita que hoje as pessoas estão mais soltas a querer satisfazer suas fantasias ou ainda tem muito tabu sobre esse assunto?
Acho que estamos sob um longo processo de amadurecimento da sociedade em relação a isso, o que é um bom sinal, todavia é muito triste a quantidade de pessoas que ainda reprimem seus próprios desejos, que se privam até mesmo do simples autoconhecimento íntimo por ignorância, e principalmente por questões sociais e religiosas que acabam por influenciar, sobretudo em nosso país, onde podemos identificar ideologias ultrapassadas e retrógradas.
Isso em sua maior parte afeta principalmente as mulheres, que sofrem com o machismo estrutural intrínseco em nossa sociedade, o que acaba por objetificar a mulher como objeto de satisfação do homem, reprimindo seus desejos e a própria autonomia sobre o corpo feminino.
Resultado disso é muito observado nas mulheres que me procuram, uma vez que demoram muito mais tempo do que os homens para de fato fechar o atendimento, por receio, e principalmente por se privarem de explorar diversas formas de obter prazer, acreditando ser errado e “vulgar” somente por serem mulheres.
Acho que é um processo que ainda irá demandar muito tempo, mas só de observarmos as pequenas mudanças que vêm ocorrendo, sobretudo com o aumento constante do acesso à informação, já nos mostra que é sim possível quebrar esses estigmas.
Quanto aos orgasmos, é possível atingir orgasmos durante um encontro?
É completamente possível atingir um orgasmo durante um atendimento, uma vez que você será fisiologicamente estimulado da mesma maneira, mas para que isso aconteça é necessário estar bem calmo e relaxado. Por essa razão, a maneira que mais costumo utilizar para chegar ao orgasmo em um atendimento é a masturbação.
Sua agenda de trabalho é bem agitada? Existe alguém ou uma equipe que te auxilia a organizar todos os compromissos?
Em razão de conciliar os atendimentos com a produção de conteúdo e a rotina de atleta, minha rotina muitas vezes é bem corrida e agitada, por enquanto minha organização tem bastado para administrar as coisas, mas sei que em breve será necessário dividir tarefas com uma equipe de imagem e mídias sociais.
Além de acompanhante, você é um notável produtor de conteúdo adulto, como consegue equilibrar os dois trabalhos e pensar em tudo que vai gravar?
No momento produzir conteúdo adulto é algo que ainda estou desenvolvendo, pois leva um certo tempo pra que você consiga definir uma agenda de produções, então são diversas “tentativas e erros” e conteúdos testes até que você defina não só uma linha de trabalho, como também o que seu público quer ver.
Para dar conta de tudo, um tratamento com psicólogo é absolutamente necessário, vai te dar um norte para se autoconhecer, e consequentemente modular sua rotina e semanas de acordo com seus períodos de produção e de descanso. E é assim que tenho feito, separo dias e semanas de proatividade, e outros de descanso, pois como trabalho muito com roteiros, tanto para filme adulto quanto para as mídias sociais, é no descanso que aflora minha criatividade, dessa maneira torna-se possível equilibrar.
Ainda falando das redes sociais, parte do seu conteúdo nas redes sociais é focado no humor do meio com o dia a dia. Como consegue pensar em coisas tão animadas para conectar o grande público?
Eu separo minha produção em dois fatores, e tento mantê-los em todos os vídeos que vou levar as redes sociais, um sendo o fator da identificação, onde busco com aquele vídeo gerar identificação em meu nicho, ou seja, atrair pessoas do próprio mercado adulto, que sei que passam por coisas similares a mim.
E o outro, é o fator da curiosidade. onde com aquele conteúdo eu busco atrair o público geral, para um tema que não tem uma boa fama dentro da sociedade, e é nesse ponto que entra o humor, para que leve o conteúdo e a informação de maneira leve e sutil. Sem contar que eu naturalmente sou bem-humorado e comunicativo, o que inevitavelmente transparece no conteúdo.
Sobre sua sensualidade. O que é sensualidade para você e o que te faz suspirar?
Para mim, sensualidade é um conjunto de fatores, é contexto, saber conversar antes de rolar qualquer coisa, sensualidade é está no jeito de se comunicar, no jeito de olhar, pra mim, sensualidade é acima de tudo conexão, saber conduzir a situação até chegar em seu clímax.
Homens e mulheres, há alguma preferência ou ambos te satisfazem? Qual o perfil dos seus clientes? Atende casais também?
Tenho preferência e atração sexual por mulheres, fora do que realizo com homens no trabalho, não sinto atração ou desejo pelo sexo masculino, apesar de atendê-los e ser capaz de proporcionar uma ótima experiência.
No geral, atendo mais pessoas na faixa dos 30 – 40 anos de idade, casais também são atendimentos bem frequentes, e de longe os meus favoritos.
Os clientes te tratam bem, sendo atenciosos e delicados?
Sou muito afortunado em sempre atender pessoas extremamente respeitosas e educadas, de companhia leve em quase todos os casos, tendo poucas exceções nos dias de hoje.
Já houve alguma vez que algo aconteceu para você querer desistir e ir embora de um encontro? O que você não tolera neste meio?
Desrespeito é algo que não tolero, acho que deve existir de ambas as partes, mas existem infelizes pessoas que, por estarem pagando, como consumers, acabam por pensar que o acompanhante em questão é um objeto, e que o cliente pode fazer o que bem entender, mas claro que não é dessa maneira que as coisas funcionam.
E isso nos leva até a ocasião em que um cliente simplesmente deu um tapa bem forte no meu rosto, sendo que ele sabia que era algo do qual eu não tolerava, na ocasião peguei minhas coisas, cobrei o valor integral e simplesmente fui embora, mesmo que ainda faltando tempo de atendimento para cumprir. Precisei ter muita calma para não perder minha razão.
Existe alguma história no seu trabalho que marcou a sua vida? Poderia falar um pouco?
Tive em minha trajetória até aqui diversas ocasiões como a do casal cuckold que acabaram por me marcar, por me colocarem frente com os desejos mais íntimos do ser humano, e mais incrível ainda me colocando responsável por realizá-los.
E essa é de longe a parte que mais acho bonita e instigante da profissão, em especial da área do Fetichismo, se deparar não somente com o lado mais complexo do ser humano, como também descobrir únicas e incontáveis formas de se obter prazer, mostrando que o sexo vai muito além do contato físico.
Já foi vítima de preconceito por conta da sua profissão? Como você lida com isso? E o que você acredita que precisa mudar?
O preconceito é infelizmente algo muito presente na vida de um profissional do sexo, embora eu sempre frise que ele é muito mais sofrido para as mulheres, os homens também sofrem da rotulagem por parte das pessoas, que em sua totalidade, acabam sendo desprovidas de informação, o que deturpa sua visão acerca do assunto.
A dignificação da profissão, assim como do profissional do sexo é o que falta para que possamos mudar esse cenário, nos trazendo mais respeito, segurança e liberdade.
Você tem algum dilema na sua vida, quanto à sua profissão?
Possuí por muito tempo o dilema do “e depois?”, mas hoje já tendo decidido meus próximos planos e passos, não é mais um receio que carrego.
Falando novamente em redes sociais e plataformas, qual é sua ligação com seus seguidores? Eles são legais com você?
Tenho a sorte em ter seguidores extremamente ativos e calorosos comigo, mas além disso, são acima de tudo abertos e receptivos com a mensagem que busco passar as pessoas com meus vídeos, o que acaba por gerar uma conexão muito legal com todos eles!
O que gosta de fazer nas horas vagas?
Quando separo um tempo para mim, gosto bastante de ouvir música e jogar alguns jogos no meu computador.
Qual música não pode faltar na sua playlist de sexo?
“Do I wanna Know” do Artic monkeys é sem dúvidas minha música favorita para sexo.
Qual é o caminho para o seu coração? Ou ele é blindado
A sinceridade e a amizade é certamente o que tenho como alicerce dentro do meu relacionamento, fora diversos outros pontos que fazem com que eu e ela caminhemos juntos de uma maneira extremamente leve e recíproca, como todo relacionamento deveria ser.
Qual dica você daria para alguém que pretende seguir como acompanhante?
Tem 3 dicas que sempre coloco em pauta, primeiro, fica minha recomendação de um acompanhamento profissional e cuidados com a saúde mental, atenção ao emocional para saber lidar com as situações e separar as coisas.
O segundo ponto pra mim é o famoso “pé no chão”, não é uma profissão fácil, não é um dinheiro que vêm fácil, é um meio que exige muita maturidade e inteligência emocional, portanto, se colocar metas maiores do que pode cumprir a curto prazo, principalmente cometendo o equívoco de se basear em experiências de terceiros, você irá se deparar com uma forte frustração logo de cara.
E com isso o último ponto, que é justamente a organização. É uma profissão com prazo de validade, portanto se você não polir suas expectativas e administrar seu dinheiro da maneira correta, não será capaz de construir uma boa carreira e muito menos um alicerce para seu futuro.
Agradecemos muito a sua participação no Suspiro, em poder compartilhar com a gente um pouco da sua vida e seu trabalho. Deixe aqui um recado para nossos leitores e seus fãs, abra o seu coração.
Gostaria de agradecer a todo apoio que possuo hoje, claro, não somente de minha família que é meu alicerce, como também de todas as pessoas que me acompanham e apoiam meu trabalho a partir das redes sociais.
Existe uma frase que gosto muito, atribuída a Hermes trimegisto, que diz:
“Os lábios da sabedoria estão fechados, exceto para os ouvidos do entendimento”, ou seja, nós podemos falar, lutar e fazer de tudo para que consigamos passar a informação e educar as pessoas acerca do tema, seja de maneira mais cômica ou mais séria. Mas isso apenas se torna possível quando temos pessoas dispostas a ouvir, entender, e irradiar, para que assim outras pessoas sejam educadas também, só assim seremos capazes de mudar o cenário atual do mercado adulto, e a visão deturpada que parte da sociedade têm a respeito.
Por fim, deixo meus mais sinceros agradecimentos ao SuspiroBlog, por essa oportunidade única de espaço de fala, para nós que lutamos diariamente contra o preconceito, isso é algo que faz toda diferença! Me sigam acompanhando nas redes sociais, assim como o Fatal Model, principalmente no Youtube, pois estamos só começando nossos trabalhos!
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